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domingo, 5 de novembro de 2023

Afinal o que é um ponto de vista?




Um ponto de vista é uma EXPOSIÇÃO e não uma ARGUMENTAÇÃO…


Quando se expõe um ponto de vista e se ouve uma resposta: SIM…, seguida de um…. MAS...


Então? Onde fica o nosso ponto de vista? Perdido nas exposições do outro e nos seus argumentos?


Sim!… mas…  “MAS…” Não é uma concordância… É um… SIM… MAS… É uma condescendência…


SIM!… É algo simples… Um “SIM, MAS…” é algo que não é suficiente...

É um NÃO omitido. 


SIM!... É… CONCORDO!.


“SIM, MAS …” É algo a acrescentar, onde normalmente se associa um discurso que pode ou não validar o ponto de vista que foi apresentado… e das duas uma… 

Ou acrescenta, ou de outra forma apenas pretende desconstruir, desconsiderar,,,


Aqui o “PONTO DE VISTA” complica-se… ou se assume que o nosso “ponto de vista” não foi assim tão fundamentado como pensámos…,. ou se tenta fazer perceber o que se tentou comunicar num primeiro momento…


E das duas uma…. ou continuamos a tentar dar a entender o que pretendemos dizer, ou o “mas…”, i.e… O “não”, irá querer prevalecer de forma encoberta, e neste caso…,. estará, certamente,  estabelecida a controvérsia e a discussão…


A não ser… claro…. com o objetivo de evitar o confronto (conscientemente ou não), simplesmente deixemos de tentar explicar o nosso ponto de vista. Neste caso… em vez de expor e ter uma posição, seja ela qual for… passamos a meros ouvintes…  limitamo-nos a ser plateia para o ego dos que consideram que um “NÃO” pode ser um “SIM… MAS…”


Então… em vez de dizer “SIM… MAS…”, talvez seja preferível ouvir dizer… “Não”.... seja pelo motivo que for… pois um ponto de vista nunca deixará de ser apenas uma opinião… até estarmos confrontados com realidades de facto. E a argumentação do “MAS… “ na minha percepção…. também não…


terça-feira, 21 de abril de 2020

1970 = 49 =7x7 = 49


O momento - Aquele momento

Todos temos aquele momento que define a próxima etapa… Olhamos o inevitável como se um cruzamento se apresentasse à nossa frente. As alternativas confundem-nos e no nosso íntimo sabemos que apenas uma é a correta, mas o que não sabemos é se estamos preparados para a percorrer.


Na encruzilhada à esquerda ingenuamente ignoro os meus instintos, à direita, vejo o que acredito controlar, agarrada a uma crença que me conforta e ilude.

Continuo parada, à espera da resposta que tarda em chegar…

Em frente, pondero o desafio sem saber o que esperar… com esperança de ser capaz de enfrentar medos e inseguranças. Olho aquele que me é desconfortável e que mesmo sem querer, faz-me desviar o olhar, uma e outra vez, para a esquerda e para a direita, como que à procura da fuga … mesmo sabendo que é este o caminho que me fará crescer… mas inevitavelmente também me fará doer…

Então entro num remoinho de ses, ques e porquês… de justificações fabricadas à medida… Porque é que será melhor?... Será que devo?... Porque não o da direita?… A razão… diz-me que é este…  Ou o da esquerda… impulsiva como sou… vai tudo à frente… o que vier, virá… mas, e se escolher seguir em frente?

Volto a olhar e fixo um ponto no infinito… desta vez fecho os olhos… deixo de ver… uma luz púrpura ocupa o espaço onde a estrada estava e viajei mentalmente para outros momentos, outros cruzamentos, em que escolhi a esquerda e a direita… tenho medo…

Já o ditado dizia, “para a frente é que é o caminho” - O “bom senso” do “senso comum” não deixa de me maravilhar, e se o caminho é em frente… então que seja feito… de peito aberto às balas, que seja o atravessar do deserto sem deixar de acreditar… que seja aceitar as adversidades com a certeza no coração... que é possível… mas e se não é?

Se o caminho em frente é duvidar a acreditar, e ao mesmo tempo lutar contra os medos e as tentações… então é dizer não às limitações… é saber que sou capaz… Que cada pedra é só uma pedra... não um precipício... 

Mas é em frente que fica o futuro? Sem ângulos retos à esquerda ou à direita?... É este o meu caminho?

De olhos vendados pela própria fé, espero o que me é devido… não como um direito mas, como o caminho que tenho de percorrer… de forma humilde… apenas sentido, no mais intimo do meu ser…

Aquele que me grita… uma e outra vez… sempre que o nego... Aquele que se apresenta como o destino que não posso deixar de cumprir.

Certo é… que fugir do destino é apenas o caminho mais perto até ao próximo cruzamento… que no final me leva ao mesmo momento… cumprir o objetivo, o propósito, seja ele qual for.

Certo é… que acontece uma e outra e outra vez… até que um dia é inevitável, sigo em frente com a fé e a esperança daquele que um dia também já o percorreu…

Aquele que sou eu, porque está em mim. Como eu estou nos meus filhos…. Numa perfeita roda da vida, até que se cumpra o destino que sem saber eu própria defini.

E um dia saberei se o caminho foi o correto… mesmo que não exista certo ou errado… apenas caminho.

Consequência das minhas decisões, aquelas que mais ninguém poderá alguma vez assumir… e que se cumpra o propósito, mesmo que hoje, ou alguma vez, tenha a capacidade de o compreender.

Não é meu objetivo deixar marca, história ou memória… o meu nome será apagado e eu serei simplesmente pó. Quero apenas neste curto momento, de braços e coração aberto, aprender… o amor, a compaixão, o perdão e nunca… mas nunca, deixar de acreditar na bondade dos homens. 

Se algum dia acontecer, então, esse é o dia em que deixei de ser eu…

terça-feira, 8 de outubro de 2019

2019 > A lagarta e a borboleta

Por algum motivo para mim o ano começa em Outubro, pode ser porque é o mês do meu aniversário, mas quase todas decisões importantes na minha vida acontecem neste mês... coincidência...? Pode ser... ou talvez não...

2019 não foi diferente... este foi um dos melhores e piores anos da minha vida... não tão difícil como 2017 ou 2018 mas um ano de grandes mudanças (e as mudanças doem), de crescimento... onde fazemos do certo o errado e tiramos daí as devidas conclusões... ou lições...

2019 foi o ano de desabrochar... ganhar asas e voar... grande energia e emoções fortes... muita vida, e pessoas novas... novas paixões... que eu achava já não ser possível... dei-me como morta para a vida e para o amor, e então a grande surpresa... afinal estou viva...

2019 foi como um renascer... um voltar à adolescência, à minha verdadeira essência...



Aquela menina esquecida tomou o poder e agarrou as rédias das minhas prioridades... viver... ser feliz... ser eu própria... contas feitas... um pouco mais do mesmo... "quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga"...  ;)  mas também fica a lição e o equilíbrio não se consegue sem antes experimentar-mos o desequilíbrio... precisamos de um extremo para perceber onde se encontra o centro.

2019 foi um ano de coração aberto, entrega absoluta, mergulhos em piscinas... muitas vazias... foi um ano de tomada de consciência da natureza humana, das suas fragilidades e inseguranças, dos relacionamentos verdadeiros e daquelas que só vêm os seus próprios interesses. De conhecer verdadeiras essências... infelizmente muitas desilusões, mas felizmente muita aprendizagem...

2019 foi um ano de entrega com toda a intensidade da minha natureza e do meu coração, mas também foi um ano de purgas, limpezas impiedosas de tudo e todos que não me servem... que nada me acrescentam... que me pretenderam usar ou limitar... na minha ainda frágil entrega... muitos nesta medida e outros por arrasto... e por estes lamento... porque as saudades doem... e porque simplesmente não devia terminar assim... mas a vida é como é... decisões tomadas, consequências assumidas... quando seguimos um caminho, outro, inevitavelmente fica para trás.

2019, fechou um ciclo... tão maravilhoso como louco... experiências únicas que apesar de tudo me tornaram mais rica... como pessoa, como ser humano e com mais sabedoria da vida... e a todos que fizeram parte deste meu processo... de coração,  agradeço...

Acabou Setembro... e agora... novamente... Outubro, novo ciclo começa... sinto-o dentro de mim... nem sei explicar, mas estou pronta... as coisas simplesmente acontecem... desenrolam-se como  um novelo de lã...

Venha 2020...  irei recebe-lo, menos iludida, mais consciente... mas sempre, sempre de coração aberto, e cada vez mais livre para viver de acordo com as minhas convicções. 

Resta-me desejar a todos um feliz ano novo... antecipado ou não... cada um interpreta como quiser...

Um grande bjn.

Apenas Eu....

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Transparente...




É assim... cada dia que passa é um passo mais perto...

O caminho aproxima-se do fim… vou largando pedaços de mim…

Células mortas que cobrem de pó os móveis que limpo... e desapareço lentamente...

Enquanto tomo consciência que nada fui, sou, ou serei…

Além de um sopro… um sussurro… um sonho… uma transparência...

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Uma viagem...




Fiz a viagem... falei comigo… teria à volta de 12 anos… olhei para mim e vi-me… uma menina assustada, pequena e frágil, de ar doce meio perdido...

Estava sentada à beira de um regato, numa pedra lisa, por baixo de um chorão.... com olhos muito abertos, como que com medo e confusa, olhei-me com a cabeça encostada aos joelhos, as mão a abraçar pernas, como quem se protege… e perguntou… conseguiste...?

Então respondi-me, acho que sim… tive os filhos que querias, são lindos… Abracei-me e agradeci por ter sido quem fui...

Mas não lhe disse que a solidão que na altura senti… ainda me acompanha, permanece dentro sem resposta. E voltei com ela em mim… ainda mais triste que no momento que parti...

sexta-feira, 8 de março de 2019

Feliz Dia / Semana / Ano / Vida... da Mulher...

Como Mulher orgulhosa que sou não poderia deixar em branco esta data, sem pelo menos um bitaite...

Ao longo dos anos à procura de mim própria... deparei-me com a realidade que não sou só uma pessoa, um indivíduo... sou uma mulher... Uooooooooo... uma mulher com maminhas e tudo... mas também sou muito mais do que isso...

 Sou um emaranhado de experiências, tal forma complexo que às vezes para desatar o nó só mesmo cortando.... e então desembaraço mais um bocadinho e lá vou enrolando o novelo. Olho pelo canto do olho para a meada, meia perdida mas ao mesmo tempo em tom de desafio pois se a vida fosse simples não tinha graça... 

A verdade é... se não dá pica, não quero... Um bom puzzle, especialmente daqueles que me obrigam a colocar tudo em perspectiva é aquele que me faz crescer... e que eu até inconscientemente agarro... Está na minha natureza rebelde colocar em causa o status quo, pois bem... o que é que isto dá... asneira!!!! e depois vêm os julgamentos...

O facto de ser direta, independente, falar o que penso e fazer o que me dá na veneta (sem faltar, obviamente às minhas responsabilidades e ao respeito ao outro) faz de mim um bicho complicado, uma mão cheia de trabalho... por um lado cumpro, por outro largo e pelo caminho, posso nem sempre ter bom sentido de orientação mas tenho sempre chegado ao destino... e só por isso agradeço...

Acima de tudo... Agradeço ser mulher... complicada, complexa... cheia de nuances e matizes... não sou preto nem branco... sou azul, rosa, amarelo e vermelho numa conjugação maravilhosa e única.

Sou amor, sou perdão e compaixão. Sou guerreira, implacável, feroz e dedicada. Delicada, frágil e sensível... e o meu dia não é hoje... são todos os dias da minha vida...

quarta-feira, 6 de março de 2019

Coisas que me tiram do sério!!!!

A covardia dos homens no momento de dizer... não quero... ou não quero mais...
Aqui as coisas são bem complexas... gostava que algum "H"omem me explicasse o porquê desta inibição de demonstrar as suas verdadeiras intenções... seja em que momento for... a falta de capacidade de criarem limites claros é para mim um verdadeiro mistério...

> Se só querem um caso... digam...
> Se gostam de estar com uma pessoa... digam...
> Se não querem ser incomodados... digam...
> Se têm medo de sofrer... digam...
> Se não é o momento... digam...

Seja o que for... digam...

Porra!!!! digam.... Sejam claros... para vosso e nosso bem...

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Mas explico... porque o sexo forte, por vezes precisa de uma pequena dose de reflexão... 

Mesmo quando não existe uma "relação"... existe uma "relação"... E tudo começa com a definição da palavra "relação" e entre várias, temos:

> Narração de factos que se sucedem uns aos outros.
O que começa simples naturalmente se complica... a sucessão de factos muda a perspectiva. As ações originam reações e consequentemente julgamentos pois estamos cegos e ignorantes perante a verdade dos outros... que não conhecemos... 
É fácil ignorar, desaparecer... difícil é lidar com a natureza da outra pessoa com frontalidade, respeito e compaixão.

> Analogia entre factos ou discursos. = CONEXÃO
A conexão existe, se não, não teria acontecido. O encontro de 2 pessoas só existe se num determinado momento porque existiu uma conexão... seja ela qual for... E o que hoje faz sentido, amanhã já não faz... e não faz mal... as coisas são como são. O importante é estar em paz e consciência... compreendo que é mais fácil ignorar, desaparecer...
Difícil é lidar com a natureza do outro com frontalidade, respeito e compaixão.

> Dependência, ligação.
Estes são factores inerentes a qualquer "relação". Diria "não relação"... mas isso não existe...
A dependência não tem de ser negativa assim como a ligação, são apenas linhas invisíveis que unem enquanto existe um propósito... e como tal... podem ser cortadas a qualquer momento. Agora, cabe-nos a nós saber cortar a ligação...  com frontalidade, respeito e compaixão.  

> Ligação afectiva ou sexual entre duas pessoas.
Esta é bastante óbvia e bastante literal e como todas as histórias tem um princípio e um fim... independentemente do tempo e das aventuras pelo meio... mas é tão simples.... frontalidade, respeito e compaixão > é fácil ignorar, desaparecer... difícil é lidar com a natureza do outro e sair da dita "relação" sem provocar mágoas ou inseguranças.

> [Aritmética] Comparação entre duas quantidades desiguais.
Pois é... raramente numa "relação" estamos em pé de igualdade... cada um no seu momento... cada um no seu caminho... com medos e inseguranças... este caminho é normalmente solitário... e é aí que devemos ser conscientes. Devemos saber colocar o nosso ego de lado e olhar... olhos nos olhos e dizer estamos dispostos a aceitar as consequências das nossas ações com frontalidade, respeito e compaixão, tanto no que me diz respeito ao próprio... mas a cima de tudo em relação ao outro...  

É assim... as coisas não são complicadas... nós é que as complicamos... quando deixamos entrar alguém na nossa vida temos de estar preparados para a deixar sair ou para a convidar a sair... apenas há formas e formas de o fazer e está na nossa consciência ser-mos maiores ou apenas agirmos como crianças sem olhar às consequências das nossas ações...


"relação", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.